sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Quilombolas vivem em meio à tecnologia e mantém hábitos tradicionais


A apreensão e a adaptação aos valores e costumes culturais em uma tribo podem significar o seu desaparecimento?
Não é o que acontece na comunidade quilombola de São Domingos, localizada na região de São Mateus no norte do estado. É praticamente impossível não notar os reflexos da modernidade no povoado, mas também é notável a preservação da cultura de um povo como as habitações de pau-a-pique e a produção artesanal de carvão.
Segundo o site da Coordenação Nacional de Quilombos (Conaq), ainda hoje, os descendentes diretos de Zumbi dos Palmares, símbolo máximo da luta do povo negro por liberdade, travam no dia-a-dia um embate

pelo direito a terra. É uma história de resistência que garantiu a continuidade da existência de centenas de quilombos.
Para a estudante universitária Patrícia Mara Maciel, 22 anos, é admirável que essas comunidades tenham resistido ao tempo e às dificuldades. “Hoje, mais que descendentes de escravos fugidos, os quilombolas formam uma comunidade que luta por seu espaço no mundo e pela garantia do direito às suas terras”, ressalta.
O morador de Jacaraípe Ulisses Nascimento enxerga essa preservação das raízes culturais como um importante fator para a autenticação de um povo. “Saber que vivemos em meio a essa diversidade só prova que, apesar de algumas divergências existentes ainda hoje, vivemos em harmonia”.