segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O mistério dos ciganos


Quem nunca andou pelas ruas e se deparou com uma cigana pedindo para ler o seu destino, as suas linhas da vida? O que a maioria das pessoas geralmente não sabe é que esse povo que perambula pelo mundo têm um passado histórico muito interessante e emocionante.

É quase impossível definir a origem desse povo, são muitas versões e suposições a respeito das raízes ciganas. Contudo, conta a tradição cigana que após um período de adaptação neste planeta, os ciganos teriam surgido do interior da Terra e esperam que um dia possam regressar ao seu lar. Algumas lendas falam que os ciganos seriam filhos da primeira mulher de Adão, Lilith, e, portanto, livres do pecado original) e por isso eles não aceitam de modo algum ser empregados dos gadjé (não-ciganos) e apegam-se a antigas profissões artesanais que caracterizam suas tribos e são ensinadas desde cedo às crianças.

Suas vestimentas também escondem mistérios: dentro da tradição cigana nenhuma mulher pode deixar as pernas à mostra, pois da cintura para baixo todas são merimé (impuras). Daí vem a imposição das saias compridas e rodadas para as mulheres, que também são proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesma mesa que os homens.

O misticismo e a religiosidade também fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A maior parte deles acredita em um único deus (Dou-la ou Bel) em eterna luta contra o demônio (Deng). Normalmente, assimilam as religiões do lugar onde se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temor dos maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (baji), contra a qual não adianta lutar. O mais importante para o povo cigano é interagir com a mãe natureza respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.

Segundo a cigana Tzara de Gitana em seu blog, os ciganos, ao contrário de nós, não pensam na morte. “O nosso segredo está em gozar a cada dia as coisas que a vida nos oferece e que os outros homens não sabem apreciar”